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Grandes corporações ao redor do mundo têm lançado mão da Inteligência Artificial (AI) no controle e mensuração da pegada de carbono, especialmente nas áreas de produção e operações, de acordo com a pesquisa Uniting Technology and Sustainability: How to Get Full Value From Your Sustainable Technology Strategy, realizada pela Accenture com 560 chefes de operações de informática e tecnologia, CIOs e CTOs, respectivamente, nas siglas em inglês.
Também foram entrevistados diretores e vice-presidentes de empresas com receita superior a US$ 1 bilhão, em 12 países, de 11 diferentes setores econômicos.
No universo pesquisado, 92% têm o compromisso de atingir metas net-zero até 2030, e colocam a tecnologia como uma aliada importante, ou muito importante para alcançarem suas metas de sustentabilidade, mas, de acordo com levantamento, apenas 7% do universo pesquisado contam com essa integração e 40% citam a falta de soluções e padrões para integrarem tecnologia, sustentabilidade e estratégias de negócio.
O dado não surpreende quando se lembra que ainda não há padrões únicos de medição de impactos sociais e ambientais, o que dificulta a comparação desses impactos, na visão do diretor executivo da Accenture Strategy na América Latina, Matthew Govier.
-Sessenta e três por cento dos CEOs dizem que a dificuldade de medir e obter dados de ESG na cadeia de valor é uma barreira para a sustentabilidade na sua indústria. Isso não surpreende, pois dados e informações são chave para a gestão de qualquer projeto, ou programa de impacto positivo no meio ambiente o social- afirma o executivo.
Na prática, diz ele, as empresas demandam são soluções capazes de ajudá-las a avançar em várias frentes. Na transição energética, na viabilidade de cadeias de valor mais responsáveis e circulares, que possibilitem o trabalho em conjunto com parceiros, fornecedores e competidores, ou ainda que possibilitem medir os impactos das práticas ESG.
– A tecnologia pode ajudar a destravar o valor da sustentabilidade rastreando materiais para facilitar a coleta de reúso, ou ajudando as empresas a identificar demandas ‘verdes’ dos consumidores – cita Govier.
De acordo com ele, várias tecnologias para sustentabilidade possuem indicadores de Retorno sobre Investimento, especialmente aquelas que geram novas linhas de receita, como as que viabilizam produtos verdes; reduzem custos, como as que permitem redução no consumo de energia dos edifícios. Convencer as empresas a investirem em tecnologia, por tanto, não é exatamente o problema.
– Na indústria siderúrgica, por exemplo, essa integração ajuda a tornar mais eficiente o uso da sucata de aço. Ou os setores de alimentos, bens de consumo e varejo, que buscam tecnologias para identificar as preferências sustentáveis de seus consumidores e de rastreabilidade para identificar a origem de seus produtos.
De acordo com o estudo da Accenture, o suporte tecnológico contribuiu para que 53% das respondentes alcançassem suas metas de ESG. O número, porém, mostra uma lacuna entre a intenção e a ação na implantação da agenda das práticas de preservação ambiental, responsabilidade social e corporativa.
-Toda transformação de negócio requer tempo para implementá-las. A tendência é começar pelas iniciativas com maior geração de valor, como a redução do consumo de energia elétrica. Por outro lado, investir em tecnologias sofisticadas de captura de carbono requer investimentos maiores, pois existem ainda gargalos de desenvolvimento tecnológico- justifica o diretor executivo da Accenture Strategy na América Latina.
Sobre a acessibilidade de ferramentas tecnológicas por parte de pequenas e médias empresas, o executivo lembra que as pressões para um mundo mais sustentável, seja de consumidores, reguladores ou empregados, atingem todas as empresas, independente de tamanho:
-Economias de escala existem em diversas áreas e tecnologias, mas a boa notícia é que a sociedade está se mobilizando para disponibilizar algumas delas mais amplamente. Existem por exemplo ferramentas gratuitas para calcular a pegada de carbono de empresas.
O estudo produzido pela Accenture também mostra a tendência de que os CIOs conquistem cada vez mais protagonismo dentro das empresas.
– O CIO é o denominador comum da estratégia integrada de tecnologia e sustentabilidade e vários executivos das empresas dependem de tecnologia para avançar seus objetivos relacionados a ESG”, afirma Govier.
E exemplifica:
-Líderes de vendas e marketing precisam de tecnologia de dados para ajudar os clientes a escolherem produtos e serviços mais sustentáveis; líderes de RH buscam treinar e forma uma força de trabalho inclusiva e diversa e acelerarão esse objetivo com tecnologias e dados.
Fonte:
Eliane Sobral
Prática ESG
04/07/2022
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